Um personagem apaixonante, dono de uma trajetória admirável e inspiradora. Um homem, é verdade, dado às paixões humanas com a inteireza do seu ser. Mas, por outro lado, uma espécie de semideus, convicto da potência de sua centelha divina. Soube como poucos utilizar toda a sua energia em seus projetos.
Isso tudo somado permitiu à criança pobre da Córsega se tornar o homem mais poderoso da Europa do seu tempo. Um vulto tão atraente, que embriagou não só os homens de sua geração, mas também os das gerações vindouras. Explica-se assim que grandes escritores como Stendhal, Vítor Hugo e Alexandre Dumas tenham dedicado centenas de páginas, com verdadeira adoração, ao general que se tornou imperador por meio exclusivamente das suas virtudes - abençoadas, é claro, pela Fortuna que acompanha os homens corajosos.
Soldado por vocação e exímio estrategista, subiu gradativamente na hierarquia militar, até atingir o posto de General. Dali, sua incomum habilidade política o alçou ao posto de Cônsul, após um pequeno golpe de Estado. Por fim, sagrou-se Imperador da França.
Não se pode dizer que o Oficial Napoleão Bonaparte tenha perdido uma só batalha militar na vida, mesmo quando decidiu recuar, em Moscou - e até mesmo em Waterloo, se caiu em seguida, foi porque não quis mais hostilizar a Europa à custa das vidas dos cidadãos franceses.
No campo amoroso, também se pode dizer que foi um homem vitorioso. Bem... Se é verdade que sua primeira esposa, Josefina, a quem devotou amor eterno, o traía sem muito pudor (Napoleão inclusive sabia), nosso herói não será o primeiro nem o último grande estadista a sofrer desse mal da infidelidade feminina.
Cabe, por fim, o registro do autor de cabeceira de Napoleão Bonaparte: Plutarco foi o grande esteio da sua fundação filosófica. E eu, que sou amante dos filósofos gregos, atribuo a esta paixão de Napoleão por Plutarco não um mero detalhe, mas um encontro de almas afins - tal obra, tal inspirador.
Encontram-se nesse livros as razões suficientes para a legitimidade do mito. Ah! E se Dumas dedicou uma "Biografia Literária" ao Imperador que se auto-coroou, debaixo do nariz do incrédulo Papa Pio VII, é porque até nisso Napoleão se destacou: possuía um relevante talento literário.
Isso tudo somado permitiu à criança pobre da Córsega se tornar o homem mais poderoso da Europa do seu tempo. Um vulto tão atraente, que embriagou não só os homens de sua geração, mas também os das gerações vindouras. Explica-se assim que grandes escritores como Stendhal, Vítor Hugo e Alexandre Dumas tenham dedicado centenas de páginas, com verdadeira adoração, ao general que se tornou imperador por meio exclusivamente das suas virtudes - abençoadas, é claro, pela Fortuna que acompanha os homens corajosos.
A linguagem fluida e o foco cirúrgico de André Maurois fazem dessa biografia uma leitura eletrizante. Ponto positivo também para as gravuras, que enriquecem ainda mais o livro. |
Soldado por vocação e exímio estrategista, subiu gradativamente na hierarquia militar, até atingir o posto de General. Dali, sua incomum habilidade política o alçou ao posto de Cônsul, após um pequeno golpe de Estado. Por fim, sagrou-se Imperador da França.
Não se pode dizer que o Oficial Napoleão Bonaparte tenha perdido uma só batalha militar na vida, mesmo quando decidiu recuar, em Moscou - e até mesmo em Waterloo, se caiu em seguida, foi porque não quis mais hostilizar a Europa à custa das vidas dos cidadãos franceses.
No campo amoroso, também se pode dizer que foi um homem vitorioso. Bem... Se é verdade que sua primeira esposa, Josefina, a quem devotou amor eterno, o traía sem muito pudor (Napoleão inclusive sabia), nosso herói não será o primeiro nem o último grande estadista a sofrer desse mal da infidelidade feminina.
Cabe, por fim, o registro do autor de cabeceira de Napoleão Bonaparte: Plutarco foi o grande esteio da sua fundação filosófica. E eu, que sou amante dos filósofos gregos, atribuo a esta paixão de Napoleão por Plutarco não um mero detalhe, mas um encontro de almas afins - tal obra, tal inspirador.
Ardente biografia de Napoleão, por Stendhal. A sua devoção ao General, a quem serviu, explica-se novamente pela lei da afinidade das frequências: gênios se arvoram em gênios. |
Encontram-se nesse livros as razões suficientes para a legitimidade do mito. Ah! E se Dumas dedicou uma "Biografia Literária" ao Imperador que se auto-coroou, debaixo do nariz do incrédulo Papa Pio VII, é porque até nisso Napoleão se destacou: possuía um relevante talento literário.
"Eh bien, imagino que tenha havido algo de valor naquilo. Mas digamos Waterloo... Era lá que eu devia ter morrido." |