Eu só tenho uma revolta no meu coração.
Ela espezinha minhas manhãs, e é a mãe de todo o desconforto que agita a minha alma, impedindo-a de permanecer o lago plácido que tanto almeja ser.
Embora seja só uma, mas eu creio que ela seja suficiente para desalegrar o resto, como uma laranja podre que contamina todo o cesto.
É a escravidão. A escravidão que uns poucos homens condenam aos outros, à maioria.
Cumpre, ó Deus, passarmos então para o lado dos escravistas, tornando-nos escravistas-seniores e diminuindo um pouco a carga bruta que pesa sobre o nosso lombo? Ou cumpre lutar, lutar, lutar, lutar, por uma causa que parece perdida ainda no seu nascedouro?
Deus, ó Deus, onde estás, que tu te escondes?
É preciso ser Robespierre, santo e pobre, ou Danton, pagão e cliente?
Quem era verdadeiramente louco: Danton ou Robespierre? E por quem bate o meu coração?
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