segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Eu só tenho uma revolta no meu coração.

Ela espezinha minhas manhãs, e é a mãe de todo o desconforto que agita a minha alma, impedindo-a de permanecer o lago plácido que tanto almeja ser.

Embora seja só uma, mas eu creio que ela seja suficiente para desalegrar o resto, como uma laranja podre que contamina todo o cesto.

É a escravidão. A escravidão que uns poucos homens condenam aos outros, à maioria.

Cumpre, ó Deus, passarmos então para o lado dos escravistas, tornando-nos escravistas-seniores e diminuindo um pouco a carga bruta que pesa sobre o nosso lombo? Ou cumpre lutar, lutar, lutar, lutar, por  uma causa que parece perdida ainda no seu nascedouro?

Deus, ó Deus, onde estás, que tu te escondes?

É preciso ser Robespierre, santo e pobre, ou Danton, pagão e cliente?

Quem era verdadeiramente louco: Danton ou Robespierre? E por quem bate o meu coração?







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