terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Luz, câmera e Feliz Ano Novo.

Começar 2013 assistindo a um bom filme me parece um excelente presságio.

Arca Russa, de Aleksandr Sokúrov; eu já ouvira falar nele, mas só agora assisti a ele. O filme não tem cortes, foi filmado numa só sequência! Isso sim é que é um beijaço entre o teatro e o cinema (e as artes plásticas, mas aí você terá de ver o filme para compreender). Up to my top ten list.

O filme me fez pensar numa coisa: quanto de mentira deve conter na arte para que ela possa comunicar a verdade que reside dentro de cada um de nós?

Sério mesmo: um filme desse só acontece uma vez na vida e outra na morte. Se é que a morte tenha algo a ver com o cinema.



Por sinal, curioso fenômeno acaba de me ocorrer: além de ter iniciado 2013 com uma "bomba cinematográfica", igualmente encerrei 2012 com outro filmaço. Histórias Cruzadas, cujo diretor eu desconheço, mas que foi capaz de me emocionar demais. Retrata a realidade das empregadas domésticas negras da cidade de Jackson, no estado do Mississipi, durante os sombrios anos do apartheid dos EUA. Daí, uma escritora branca, jovem, bonita e inteligente resolve narrar as histórias daquelas mulheres oprimidas e publicá-las num livro. 

Oh, a literatura tão assim, no cinema, exercendo sua função mais célebre: nomear uma dor e promover a mudança no mundo.




Potente! 

Ah, quero dizer também que fui, no dia de ontem, ao Cinemark do shopping RioMar e... E o dinheiro é fogo mesmo. Que coisa! Aquilo é que é cinema. O Hermitage do cinema recifense. Gostei dessa comparação. Ali, qualquer filme (nem tanto) vale a pena ser assistido, só para estar no conforto - ou melhor, luxo - daquela sala de cinema. Um verdadeiro presente para qualquer cinéfilo. 

Pois é, saí de 2012 e ingressei em 2013 como vim ao mundo: no ventre da arte, de placenta com o cinema, que só não me tem mais que a Literatura.

A educação pela arte: um dia escrevo um ensaio sobre o tema.

Feliz 2013, ao som de Erik Satie.

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