terça-feira, 4 de setembro de 2012

Do retrato de um homem à beira da noite


As mulheres esperam que os homens sejam apenas homens; isto pode parecer uma conclusão banal, e se pareceu, ou você é uma mulher, ou você é um homem de verdade. Aliás, minto, permitam que eu corrija: esta conclusão jamais parecerá banal a uma mulher. Se a mulher fosse uma concha, a pérola seria exatamente esta conclusão a que acabo de chegar. Desejar que os homens sejam apenas homens abarca o arquétipo central do desejo de todas nós. Portanto, o mundo se divide em duas metades: de um lado, os homens que sabem o que as mulheres querem (estes são os que sabem amar) e, do outro, os homens que não sabem o que as mulheres esperam deles (estes são os que não sabem amar).

E há os casos mais graves, que são aqueles que acham que as mulheres não esperam nem deveriam esperar nada deles...

Se você não é um homem de verdade, você teme as mulheres e ponto. Você não é digno delas, do amor delas. Amar é um dom, e só os homens de verdade sabem amar. Requer prática e entrega. O amor, para um homem de verdade, acontece naturalmente, como o ciclo das marés. Ninguém precisa dizer ao mar: “está na hora de você recuar.” Nem tampouco: “agora é hora de avançar sobre a areia.” Não! – o mar sabe o seu dever. Ele simplesmente sabe, porque está dentro dele o conhecimento das marés. O mar sabe ir e vir, ir e vir, ir e vir... E rola sobre as conchas, acarinhando-as. E escorre sobre a areia e sobre as estrelas-do-mar... Ele simplesmente sabe o que fazer.

Que vem a ser um homem de verdade? - perguntará alguém. A resposta é simples: o homem de verdade é aquele que ama e respeita. Um homem de verdade tem vigor e este vigor decorre do seu princípio ativo de arrebentar fortalezas, manifestando-se na forma do amor por uma mulher. Sem melodramas, sem afetações. Vem, pega, beija, atira fora nossas roupas e sussurra baixinho no nosso ouvido as palavras certas, enquanto as mãos percorrem com delicadeza e lascívia todas as partes do nosso corpo. Tudo isto, enquanto nos ama. Depois, dorme. E nós... Dançamos no jardim das borboletas.

Assim é o homem de verdade. Assim ama o homem de verdade.

Quantos aos outros... Estes ignoram toda a verdade. A verdade de que o amor de uma mulher é uma ramificação do amor divino. E ignorando esta verdade, ignoram a nós, as mulheres. E nos tratam com indiferença. E então, das duas, uma: ou serão condenados ao exílio do amor (da própria felicidade!) ou então, serão traídos.

Ah, seus covardes, seus indignos, nós vamos lhe trair. Porque é inevitável, é lei eterna: será traído todo homem que tratar com indiferença a sua mulher.

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